sábado, 31 de dezembro de 2016

Intensamente, 2016

Nesses dias, estava procurando uma palavra para definir esse ano e a que veio à minha cabeça foi: intensidade. Gente, tudo nesse ano foi muito louco e muito intenso. Inclusive, você pode conferir como reagi a cada uma dessas fases nos textos de cada mês aqui no arquivo do blog ;) Ainda tem coisas que eu não consegui absorver, acreditar que foram reais haha mas vamos lá.

Bads
Meu, rolaram muuuuuuuuitas haha mas todas tiveram um lado bom: eu entendi o propósito de cada uma delas. Rolaram algumas para me trazer convicção de decisões que eu deveria tomar, outras para me fazer tomar uma atitude, outras para me mostrar algo sobre mim que eu ainda não conhecia e outras, ainda, pra me ensinar que eu preciso das pessoas e que sempre é possível tirar coisas boas mesmo de situações ruins.

Surpresas
Eu acho que a maior e mais louca de todas é a que eu só contei para alguns amigos no PV haha eu meio que escrevi um livro que meio que está disponível para compra na Amazon. Eu comecei a escrever essa história em 2015 e a evitei, evitei até que não pude mais fugir e, agora, O Último Onze é uma realidade, por enquanto, só em ebook. Outra grande surpresa foi me tornar colunista do Blog Palavra Viva Online. Quando meu amigo, Lucas, me convidou, minha primeira reação foi negar o convite porque não tenho o hábito de escrever com periodicidade, mas quando orei sobre isso, Papai me disse que me capacitaria e estamos aí, escrevendo toda sexta, apesar de alguns bloqueios criativos.

Reviravoltas
Haha como eu disse, esse ano foi louco. Saí do emprego - sim, no meio crise. Resolvi meu livro, fiz uns freelas aí, uns processos seletivos bem malucos e só na penúltima semana do ano, essa questão começou a ficar mais clara. Além disso, no final de 2015, minha mãe ganhou um carro tão bonitinho que eu decidi que queria dirigi-lo e, depois de 4 anos, voltei a dirigir por causa dessa surpresa. Mas, nesse ano, me senti muito empoderada, porque percebi que eu tenho capacidade para fazer o que eu me propuser e me dar bem. Claro, sempre contando com a ajuda Daquele que me empodera e cuida de mim em tudo.

Presentes
Eu ganhei uns presentes realmente legais, inclusive no natal, e fiquei super feliz com isso, mas com certeza, meus maiores presentes foram as pessoas que compartilharam esse ano comigo. Vivi aventuras maravilhosas com meus amigos maravilhosos, que são uns chatos de vez em quando, mas que amo de verdade e que se mostram companheiros sempre. Além disso, ganhei oficialmente duas filhinhas que me enchem o coração de alegria e senso de responsabilidade. Obrigada por compartilharem comigo a vida de vocês, meninas. Outro grande presente foi poder ficar mais próxima da minha família e ajudar ativamente nas coisas daqui de casa. No meio da correria, a gente acaba perdendo um pouco disso, né?

Metas
Então, loucamente, esse foi um ano de cumprir metas hahaha em agosto de 2015, mais ou menos, fiz um planejamento que acabou se tornando o planejamento de 2016, mas eu não levei fé que conseguiria realizar tanta coisa, ainda mais porque a maioria delas parecia SUPER distante, como o livro, mas cara, pra 2017 eu vou precisar refazer a lista todinha porque quase tudo aconteceu em 2016 - até metas que eu não tinha colocado na lista.

O que vem por aí
Depois de um ano tão louco, tão intenso, tão impossível quanto 2016 hahaha a gente fica até sem saber o que esperar do próximo ano, né? Mas eu espero que em 2017 rolem coisas ainda mais loucas, que Jesus faça mesmo tudo o que Ele sonha e que nos leve pra muito mais perto Dele e mais profundo em Seu conhecimento, que todas as nossas metas sejam cumpridas e, principalmente, que sejamos surpreendidos em tudo. Espero escrever mais, ler mais e poder compartilhar ainda mais essa caminhada com vocês. Obrigada pela parceria e vamos pra cimaaaaaaa!

Vem com tudo, meu bem! :)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Simples verso

Eu queria sempre saber quem é a pessoa que está falando comigo pessoalmente ou em um livro,
Mas eu não sei.

Eu queria ter as respostas certas, as melhores soluções, os caminhos perfeitos para quem me pede um conselho,
Mas eu não tenho.

Eu queria fazer tudo certo, não magoar ninguém, saber reagir da maneira certa sempre,
Mas eu não faço. 

Eu queria ser perfeita, a melhor amiga ou filha, que não falha, está sempre ali e tem as melhores palavras e o melhor ombro,
Mas eu não sou.

Eu queria ser mais do que eu sou, poder ser o melhor pras pessoas que amo, ter tempo e dar atenção direitinho para todas elas, ter disposição para fazer o que elas quisessem quando elas quisessem, e ainda fazer o bem à humanidade, ser ecologicamente consciente e ir além do livro e do filho e plantar árvores em todos os lugares. Queria ser super.

Mas assim eu perderia o meu maior poder, o poder de ser. Humana. Ser humana e lidar com Minhas limitações, com Minhas barreiras, com meus medos e desamores. E ainda assim ser o melhor que eu posso ser para todos os que amo: ser eu mesma.

Se o que me oferece não cabe em uma poesia, não tomo para mim, pois o peso máximo suportado pelo meu ser cabe em um simples verso.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Obra completa

Por favor, não me extraia pedaços.
Eu sei que é legal, sei que todos gostam de trechos, de frases,
mas por favor, só me queira se for pelo conjunto da obra.

É mais complexo, trabalhoso.
Ter tudo leva tempo, requer investimento.
Mas, por favor, não aceite nada mastigado,
já pensado, reduzido, simplificado.

Leia. Leia tudo e faça sua análise.
Grife, rabisque, critique, até amasse,
mas por favor, não se contente só com um pedaço.

Pense no meu trabalho, em todo o esforço,
todo o tempo que a história toda me demandou.
Assim, por favor, não aceite só o trecho que alguém publicou.

Não espero que você goste de tudo,
nem que se identifique com a posição que não é sua
ou com o mocinho que não parece em nada com você.
Só espero que os conheça e respeite o que receber.

Vamos, não me decepcione.
Preparei esse exemplar com carinho pra você.
Posso até autografar,
mas só se me garantir que vai ler até a última página
e de todos os trechos grifados, só vai conseguir indicar
a obra inteira,
pois completa
é como
é.

sábado, 19 de novembro de 2016

O trem no sábado de manhã

Não sei se você já pegou um trem na sua vida.
Se você mora quase perto do Tatuapé, como eu, já deve ter encarado os trens das linhas 11 e 12, além da maravilhosa e amada linha 3, vermelha, que dá problema todo santo dia na hora de ir trabalhar.
Todo dia de manhã, ah, o trem é aquele silêncio. E quando não é, ah, que mau humor. Fiquem todos quietos, por favor, porque tenho o direito de chegar no meu trabalho em silêncio contemplativo.
Pra você ter noção, não passa nem vendedor.
Mas no sábado de manhã... No sábado de manhã as coisas são bem diferentes.
O safirão parece uma família! Todo mundo conversando: alguns com amigos, outros com recém conhecidos.
Tem criança chorando, mulher costurando, criança contemplando, um ou outro mexendo no celular, outro ainda a pensar.
Acho que ninguém nesse vagão pensa em encontrar poesia em uma viagem tão rotineira.
Mas é isso o que acontece com a menina, encostada na porta no começo do vagão com um livro na mão, que se sente agraciada quando pela poesia cotidiana é encontrada.

domingo, 13 de novembro de 2016

Sobre ser

Durante praticamente toda a nossa vida e de várias formas, as pessoas, o sistema, a moda, a mídia e outros influenciadores tentam ditar nossa forma de ser, de vestir, de falar, de nos comportarmos e, dentro dessa realidade, escolher ser autêntico é verdadeiramente comprar uma briga. Para isso, nós precisamos ser muito seguros de nós, obstinados e determinados. Só que todas essas coisas citadas acima investem pesado para nos abalar.

Quando eu tinha uns quinze anos, entendi a importância de viver sem máscaras e fiz da sinceridade uma marca registrada da minha personalidade forte. Porém, sempre ouvi das pessoas que - obviamente - tenho uma personalidade forte rs as incomodava com meu jeito e, por várias vezes ouvi que deveria me vestir de outro jeito, não usar batom escuro, não usar shortinho, que era mais bonita sem maquiagem, que meu cabelo era melhor natural, que  minha franjinha é legal, mas de outra forma combina mais comigo. Eu não sou (mais) o tipo de pessoa que é grosseira e manda a pessoa cuidar da vida dela (a não ser que seja muito minha amiga rs), mas mesmo em algumas vezes que fiz isso, o comentário ficou em minha cabeça ou me fez pensar duas vezes antes de decidir alguma coisa. E além desse tipo de influência, por algum tempo, acreditei e ouvi (mas ouvi menos do que acreditei rs) que deveria ser ou fazer coisas de determinada forma para ser do jeito certo. Tipo, precisava ler por horas, precisava orar por horas, precisava escrever no blog todos os dias, etc.

Eu costumava dizer que Jesus nos aceita do jeito que somos, mas nos ama de mais para nos deixar do jeito que estamos. De fato, Jesus muda nossas vidas, mas tenho aprendido com Ele que sim: Ele nos ama como somos e estamos. Isso é mais do que aceitar, tipo: ah, fazer o quê, né? Haha, não! Jesus me ama do jeitinho que eu sou. Ele me transforma, Ele me aperfeiçoa, Ele me muda, sim. Mas isso é algo que Ele faz por mérito próprio, Ele não precisa que eu faça ou deixe de fazer certas coisas para que esse processo aconteça. É claro que tem coisas que Ele me diz para fazer, mas isso é a minha medida com Ele, tem a ver com nosso relacionamento, e não um padrão.

De qualquer forma, diante de TODAS essas coisas, hoje sou livre para ser quem eu sou. E sou livre em Cristo Jesus. Para usar meu batom vermelho, para ter opinião política, para me aventurar dando aulas de português sendo jornalista, para olhar para as pessoas que tem opiniões diferentes das minhas e aceitar nossas diferenças. Saber que sou aceita por Jesus transforma todinhas a minha visão e a minha percepção do outro e de mim e eu posso ser livre para amar a quem for sem a necessidade de comparações ou me sentir ameaçada.

Eu estou escrevendo esse texto porque há um tempo atrás Jesus encontrou uma Dani cheia de insegurança, que não conseguia decidir nada porque achava que faria tudo errado e com complexos de comparação e falou pra ela: Filha, você não precisa disso. Foi pra você viver livre que eu te libertei. Por isso, eu repito pra você: Foi pra viver livre que Ele te libertou. Tudo bem ser você mesmo (a) <3


sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A gente pode sim

Quando a gente toma uma decisão, nem sempre é fácil permanecer firme nela. Às vezes batem umas bads, rolam umas pressões sociais, as possibilidades parecem mínimas e dá vontade de: ( ) voltar atrás; ( ) chorar; ( ) desistir; ( ) largar tudo e viver da arte; (x) todas as anteriores haha

Mas se você é como eu, a gente tem uma formiguinha que nos morde toda vez que a gente começa com mimimi e nos faz lembrar que a vida tem mais para nós do que o que estamos enxergando, e que vale a pena lutar pelo que a gente quer.

Já ouvi várias vezes que o sucesso é 99% transpiração e só 1% inspiração. Eu também gosto mais da parte da inspiração, mas acho toda a transpiração um preço justo pra chegar a ela. Então, por que não? Por que não lutar, por que não batalhar, por que não pagar o preço e correr o risco de ter um amanhã MUITO melhor?

Sabe, eu normalmente não me sinto empoderada. Pelo contrário, muitas vezes acho que espero demais as coisas acontecerem, e por que, se eu tenho a vida toda pela frente, o mundo todo pra conhecer e um monte de coisa deliciosa que só depende de mim pra eu poder aproveitar?

Então, migo, quero te dizer algumas coisinhas que tive que entender nos últimos meses: 

Ficar esperando as coisas mudarem não vai mudar absolutamente nada rs você tem que agir. É claro que tudo tem um tempo certo nas nossas vidas e que não podemos apressá-lo, mas usar isso como desculpa pra não fazer nada é um desrespeito com você mesmo. 
Mas também não encurte os períodos de aprendizado, porque sim, é pra isso que as coisas ruins servem. Ah, Dani, mas decide o que você quer: é pra agir ou não? Rs eu sei que ser ponderado, perceber o timing e o clima, prestar atenção nas coisas é bem difícil, mas é necessário, então, bora desenvolver essa percepção
Outra coisa: não tem crise, não tem dificuldade e nem distância pra quem quer, então, saiba o que você quer é vá atrás, sim, porque você pode muito se você realmente quiser. E se der tudo errado, é isso mesmo, a gente aprende com o erro e tenta de novo e de novo e de novo até conseguirmos chegar no melhor lugar do mundo: onde cumprimos nosso propósito, onde somos queridos e não apenas tolerados e podemos ser plenamente realizados.

Você entende que isso não tem a ver com dinheiro, com riqueza, com luxo? Só tem a ver com ser você mesmo e desenvolver todo o seu potencial. É claro que não vai ser um mar de rosas sempre. A gente precisa passar pelas bads pra aprender. Mas quando a gente tem um objetivo maior, toda barreira é superável.

Então sim! Se empodere, levante as mangas e vamos lá transformar essa realidade em algo melhor! Afinal, nós podemos mudar tudo quando simplesmente começamos a tentar 👊🏼

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Volta

Sua ausência é presente em diversas ocasiões
Em muitas vezes a ocasião não tem nada a ver com você, nem nada que lembre você
Mas você falta
E faz falta

Sempre tem um vazio
Ou falta sua risada, que é única
A piada sem graça que você faria naquele momento
Ou sua cara séria e a segurança de que você sabia o que fazer ou saberia o que dizer

Eu entendo que tudo tem um tempo
Entendo que todos nós temos que aprender coisas para podermos viver plenamente nosso propósito
Entendo que nem tudo é do jeito que a gente espera
Mas entender não torna sua ausência mais fácil

Porque às vezes, em ocasiões que não tem nada a ver com você nem que lembrem você
Alguém dá uma risada que lembra a sua
Ou faz uma piada sem graça que você faria
E a segurança que você passaria faz uma falta enorme

Então, tudo parece ter a ver com você
No começo era impossível de lidar
Mas não é como se já não fizesse bastante tempo e nem como se eu fosse uma criança que tem o direito de não se adaptar
A vida não me permite parar e te esperar ou gritar pra todo mundo que falta você

Mas você falta

Só o que me conforta
É saber que você volta

Pode demorar, pode doer, posso desacreditar
Quando você voltar, pode estar tudo diferente
Nada disso dá pra controlar
Mas ainda assim a espera é leve, porque quem cuida de você, das ocasiões, do tempo e das cicatrizes é grande o suficiente pra me fazer descansar

Mas quando chegar a hora,
Por favor, não resiste mais, não adia, não se rebela

Só volta

E acaba com a presença dessa sua ausência. 

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Nós fomos, não mais somos

Tenho certeza de que li sobre isso esses dias

Mas o que me fez vir escrever foi uma foto, mesmo. Dessas que a gente remove a marcação porque só falam do que passou. Eu sei que o que passou precisa ficar registrado, mas que seja na mente e no coração, não em marcações que obrigam a pensar nelas todos os anos.
Essa foto me fez refletir sobre como as coisas mudam.
Todas as vezes que olho para trás, me impressiono. Em algumas delas, fico nostálgica, em outras sinto orgulho de ver o quanto eu mudei, em outras, ainda, sinto apenas saudade e em outras, me deparo com cenas que eu preferia não ter visto, mas que são importantes, pois são parte do que me trouxe até aqui.
Mas em todas as vezes fico impressionada com a velocidade das mudanças e com o quão drásticas são a maioria delas (o dicionário disse que não existe drasticidade. Como não, amigo? rs). Isso me faz pensar no quanto nós estamos, mesmo quando temos certeza de que somos.
Um dia estamos amigos e no outro, o querido amigo partiu, em outro estamos em uma profissão e aí nos cansamos e decidimos estar outra coisa, um dia estamos em uma casa e então, decidimos ir morar em outro país, em um dia estamos mortadelas e a vida nos torna coxinhas.
Ainda assim, somos tão convictos de nossas crenças, de nossos sentimentos, de nossos estados, que acredito que o que traz beleza à vida seja tanto a construção quanto a desconstrução de cada uma dessas coisas.
Mas, apesar de tão efêmeros, nós de fato somos. Somos tudo aquilo que cada coisa que aconteceu em nosso caminho somada a cada coisa que aconteceu nos passos seguintes fizeram de nós. Somos todas as marcas que esses acontecimentos gravaram em nós. Somos todo afeto, toda convicção e toda mudança, porque essa não é efêmera como nós.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Meu lar

Quinta-feira, dia de evento. Vocês sabem como é, né? Esse pessoal da comunicação adora um evento. Depois de quase moher na subida da 9 de julho pra Paulista (sedentarismo, sacomé né? :/), avisei minha mãe que estava voltando pra casa e ela me disse que iria sair e não nos veríamos quando eu chegasse. No ônibus, estava incomodada, tentando ler um livro um pouco nebuloso, com medo de ser assaltada e com frio. Quase corri na rua da minha casa – precisava chegar logo em meu abrigo. Abri o portão desconfiada, corri pelo quintal e então, abri a porta.

Abri a porta e me veio um ar quente com cheiro de lar, cheiro de infância: o cheiro da comida da minha mãe, que é tão forte, tão seu, que eu achei que ela estivesse em casa. Cheguei a chamá-la e demorei alguns segundos para me lembrar de que ela me disse que iria sair. Percebi, então, o que faz da minha casa o meu lar.

As lembranças mais fortes de minha infância que envolvem o dia-a-dia em minha casa têm uma cena parecida: eu estava no quarto, brincando de casinha, enquanto minha mãe cozinhava para esperarmos meu pai chegar do serviço. Me lembro daquele cheiro de comida, de alho refogado, de feijão recém-temperado, de carne moída com batata, aquele cheio de amor que envolvia todo o ambiente e deixou sua marca na minha infância.

Quando abri a porta e senti aquele cheiro de amor, pensei que um dia chegarei em casa e não terei mais a comida da minha mãe pronta para me esperar. Sei que a morte um dia chegará para todos nós, mas antes disso, sei que a vida vai mudar porque essa é a consequência de crescer, assim como não brinco mais de boneca enquanto ela prepara o jantar.


Essas mudanças são o que tornam a vida bela. Meus pais já não são mais super heróis. Têm defeitos, problemas, dúvidas, medos, ficam doentes e hoje compartilham todas essas situações comigo. E, como parte de me tornar adulta, aprendi a amá-los ainda mais quando conheci suas limitações. Nossa história e lembranças são o que nos fazem família e, onde estamos juntos, estou no meu lar ♥

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Sonho

Oi, você, com quem sonho desde criança.
Você, de quem imagino o sorriso, quase ouço a voz em minhas músicas favoritas, vislumbro seu olhar quando alguém me olha com ternura.
Gosto de te imaginar chegar, me dar um beijo carinhoso, deitar comigo e me abraçar, depois de um jantar simples, porém delicioso, que você fez e eu ajudei, porque você sabe que eu cozinho, mas domino melhor a arte de comer haha. Fazemos tudo isso na casa aconchegante que chamamos de lar. Você me dá um beijo e vamos para o quarto sonhar.

Sonho. É assim que você é desde que te via em meus contos de fada favoritos.
E quando cresci um pouco mais, entendi que você realmente era um sonho. Em outros olhos, enxerguei vislumbres de você, e como pra mim aquilo era o máximo que poderia ter, tomei aqueles olhos como meus, ou melhor, como seus. Mesmo que não fossem, assim, você, eles eram o suficiente pra mim, porque eu seria feliz de ter comigo alguém que eu pudesse sonhar ser você. Mas não adiantava, aqueles olhos não eram os seus. Logo, não eram os meus.

Em um dia de sonho, acordei e encontrei em minha realidade alguém muito parecido com você.
E eu ainda não sabia que você poderia ser real. E minha ignorância me permitia conformar com menos do que eu sonhava - desde que houvessem vislumbres seus.
Mas então, descubro que há uma possibilidade, mesmo que pequena, de você ser real, e quem não é você já não me é suficiente. Não é como se antes as coisas fossem fáceis, mas você as deixou mais difíceis.
Contudo, não pense que reclamo. Eu amo desafios. E amo mistérios.
De qualquer forma, já que há a possibilidade de você existir, por favor, não demora muito! Vem! Vamos escrever e compartilhar histórias, trocar livros e indicações, entender olhares e pedir sugestões, andar de mãos dadas por aqui ou por Paris. Vem!

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Um passo só de cada vez

Levanta
Caminha
Sonha
Quer chegar logo ao destino
Espera

Às vezes o tempo é cruel
Enquanto a gente quer tudo
Agora, pra ontem,
Por que esperar?

Mas a vida
Que tem o tempo como melhor amigo
Conhece-o e o admira

Este lhe fez sábia
E por ser muito mais experiente que a gente,
Ela sabe que a espera vai nos ensinar

E quando seu amigo entender que aprendemos,
As coisas vão simplesmente acontecer
E nós teremos aprendido o suficiente
Para aproveitar a sonhada dádiva

Enquanto isso,
Vamos observar o caminho
Aproveitar as flores e a beleza da paisagem,
mesmo quando há buracos ou pedras na estrada


(desculpem a insistência. Eu sei que não sou boa em poesia, mas sou teimosa rs)

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O país do futebol

O Brasil é chamado de "o país do futebol" devido ao sucesso que o esporte faz em nosso país desde sua chegada (apesar de ter atraído uns haters que eram contra a europeização do esporte nacional haha) e à importância que o brasileiro dá ao esporte.
Mas eu tenho a impressão de que a gente está levando a sério de mais essa nossa tarja.

Temos a máxima de que "futebol e religião não se discute", mas, na prática, a gente discute sim. Principalmente sobre futebol. E discute acaloradamente, com paixão, sempre convictos de que o meu time é melhor do que o do outro.

Mas as pessoas levam esse comportamento do futebol para discussões sobre outras áreas da vida em que é terrivelmente prejudicial agir dessa forma, como quando o assunto é política ou direitos humanos, por exemplo. Essas são áreas delicadas, em que o que está em jogo é o bem coletivo e que as discussões e decisões podem interferir diretamente na vida de milhares de pessoas, principalmente as menos favorecidas.

Porém, quando esses são os assuntos em pauta, as pessoas agem como nas discussões sobre futebol: não sabem conversar, sabem apenas brigar e ser donos da razão, mesmo quando não têm a menor experiência em relação ao assunto tratado.

Isso me deixa realmente assustada porque vejo a enorme dificuldade que as pessoas têm em conversar. E isso é pior ainda quando estamos na internet. As pessoas agem como se do outro lado da tela estivesse um robô e não uma pessoa.

Eu tenho opiniões bastante definidas sobre alguns assuntos polêmicos e gosto bastante de dialogar, conversar sobre eles, expor meu ponto de vista e ouvir o do outro para que possamos realmente trocar experiências e, se o outro estiver errado, eu poder fazê-lo enxergar com minha experiência e ponto de vista e vice-versa, também, porque me preservo do direito de estar sempre certa. Mas em várias ocasiões em que tentei puxar esse diálogo publicando em meu Facebook ou algo assim, pude notar essa dificuldade das pessoas em: conversar, desenvolver argumentos coerentes, com base em experiências. Geralmente, o que aconteceu foram discussões e argumentações intermináveis com base em notícias que nem sempre são de fontes confiáveis ou sem notar que pode haver um outro lado.

Enquanto jornalista, percebo a falha da minha classe. Enquanto comunicadora, fico preocupada com nossa própria dificuldade em observar a situação de uma forma mais ampla. Enquanto pessoa, fico apavorada com essa onda de ódio, com essa falta de capacidade de enxergar o outro como pessoa também.

Nós somos todos parte de um todo. E o que é coletivo interfere muito mais na vida das pessoas do que conseguimos imaginar. Não há problema algum em ter opinião. Mas há problema em não saber conversar e enxergar o outro como igual, como alguém que também tem opinião e pode estar certo, por que não? Que tal deixar de lado a obrigação de ter sempre razão e aproveita pra aprender coisas que jamais imaginou? ;)

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Sobre ilhas

Partimos do pressuposto de que o outro sempre está bem: que vai rir das nossas piadas, que vai responder nosso bom dia, que vai nos dar suporte, que vai estar no mesmo clima que nós estamos.
Ficamos magoados quando o outro reage como não gostaríamos. Levamos pro pessoal e rotulamos a pessoa de mal humorada, chata, azeda - ou estranha, quando a conhecemos e sabemos que ela normalmente não é assim.
Em nossas relações, costumamos nos esquecer de que nos relacionamos com humanos como nós, que também passam por dias, fases ou mesmo momentos ruins, que estão indispostos, com alguns problemas ou mesmo mal humorados, já que todos temos direito a esses dias.
Alguém disse que não sabemos pelo que estão passando aqueles que passam por nós diariamente e que, por isso, precisamos ser gentis. E esse é um conselho bastante acertado, já que cada ser humano é um universo inteiro - e à parte.
Diante dos estranhos, mal humorados e azedos, nos fechamos em nossa própria afetação e nos esquecemos de quebrar a barreira do gelo e nos aproximarmos do outro ser, que também é humano, para conversar e entender se está tudo bem e, quem sabe, fazer a diferença no dia daquela pessoa.
Isolados em nossas próprias ilhas, nos afastamos uns dos outros. Mas que tal ser um daqueles que aprenderam a construir pontes, mesmo que essas passem por mares agitados? :)

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Envelhecendo

"— Ontem era jovem — disse ela. — Quando ri de ti. Agora sei que as pessoas no seu mundo não gostam que se riam delas.
— Você diz que era jovem?
 — Sim.
— Mas então hoje não é jovem também?
Ela pareceu pensar por uns momentos, tão atentamente que as flores lhe caíram, desprezadas, da mão.
— Entendo agora — disse ela, então. — É muito estranho dizer que se é novo no momento em que se está a falar. Mas amanhã estarei mais velha. E então hei de dizer que era jovem hoje. Tem toda a razão. Trazes contigo grande sabedoria, oh Homem Malhado.
— Que quer dizer?
— Este olhar para trás e para diante ao longo de uma linha e verificar como um dia tem uma certa aparência quando se aproxima e outra quando estamos nele e uma terceira quando eleja ficou para trás. Tal como as ondas.
— Mas ontem pouco mais velha eras.
— Como é que sabe isso?
— Quero dizer — disse Ransom —, uma noite não é assim tanto tempo.
Ela pensou de novo e depois, de repente, falou, o rosto iluminado:
— Estou agora a ver — disse. — Pensa que o tempo tem dimensão própria. Uma noite é sempre uma noite, faça o que fizer durante ela, e desta árvore até àquela são sempre tantos passos, quer os dê depressa ou devagar. Suponho que de certa maneira é assim. Mas as ondas nem sempre chegam a intervalos iguais. Vejo que vem de um mundo cheio de sabedoria... Se é que isto é sabedoria. Antes nunca o tinha feito... passar para o lado da vida e olhar para mim própria, estando a viver, como se não estivesse viva. Todos fazem isso no seu mundo, Malhado?" Perelandra (1943), C. S. Lewis - pg 90/91 

Lewis ganhou mais uma fã. E seus personagens também. E lendo Perelandra, me sinto como Ransom: encantado e ao mesmo tempo assustado com a alienígena tão parecida com ele.
Essa frase, repetida várias vezes pela personagem, me fez pensar em nossa condição como seres humanos e te convido a vir nessa viagem comigo haha

Por muitas vezes, me deparei com coisas em que acreditava no passado - em meus textos, registros, memórias do facebook kkk - e ou fiquei ok porque é algo com que ainda concordo ou quis apagar porque eu era uma boba de acreditar naquilo (e apaguei alguns :D) ou discordei plenamente da minha opinião antiga e quis discutir com a Dani do passado pra mostrar o quanto ela estava errada.
Há pouco menos de um ano, por exemplo, tomei a decisão de tirar do ar meu blog com mais de 30 mil visualizações porque percebi que minha visão estava totalmente errada.
O fato é que não importa qual tenha sido a minha reação, isso não muda quem eu era e em que acreditei.

Porém, como diz a personagem de Lewis, hoje sou mais velha do que antes - o que significa que cresci, que evoluí e ver o registro disso mostra a importância de ter passado por todos os processos pelos quais passei.

Voltando ao meu blog, não o excluí e não me arrependo de minha decisão. Porque aquela é a minha história e cabe a mim lembrar dela, mas não estaria fazendo um bem à humanidade espalhando ideais erradas por aí e por isso, o tirei do ar.

Muitas vezes, a gente fica com vergonha dessas coisas porque realmente eram besteira e realmente estávamos errados, mas elas são importantes para registrar a nossa evolução e amanhã ou depois, olharemos para o nosso hoje e veremos, ainda, o quanto evoluímos diante de tudo o que vivemos.

De qualquer forma, muitas das nossas ideias ruins só nos deixam quando passamos por situações que nos fazem enxergá-las com outros olhos. E várias vezes essas situações são dolorosas, difíceis ou chatas de enfrentar. Contudo, olhe como elas são importantes.
Muitas vezes, não queremos sair do nosso conforto e crescer ou "envelhecer", mas o preço vale a pena, pois se somos pessoas melhores que ontem devido ao que vivemos, que amanhã sejamos ainda melhores, mesmo que tenhamos que passar por dificuldades.

Mesmo que você não receba a visita de um extra terrestre para te fazer mais velho hoje, aproveite as oportunidades que a vida dá para refletir e absorver o conhecimento ao redor para crescer e se tornar alguém melhor! Não desanima não ;)

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Síndrome do fugirismo

Quando as coisas complicam, o calo aperta ou nosso coração é partido, nosso instinto de auto preservação é acionado e a gente tende a fugir, achando que isso vai nos proteger.
Assim, a gente foge da dor, foge do confronto, foge das pessoas que nos causaram dor, mas também foge das pessoas que nos amam, foge da realidade, foge de ser cuidado, por vezes fugimos até de nós mesmos. Nós simplesmente criamos uma bolha ao redor de nós mesmos e ficamos presos ali dentro, reféns de nós e da vida, achando que assim estamos bem melhor porque isso nos dá uma sensação de proteção e de conforto.
Mas, sabe? Essa sensação é bem das falsas rs
Sério. O quanto mais a gente faz isso, o quanto mais a gente foge, mais a gente adia e aumenta o problema. Além disso, muitas vezes estamos em situações das quais a gente não consegue sair sozinho e quanto mais fugimos, mais a gente afasta as pessoas que poderiam nos ajudar.

Você sabe, eu sou igual a você.
Por vezes eu fugi, adiei, fingi que não era comigo, ignorei as situações, as coisas e as pessoas, falei que não me importava, agi como se não me importasse e, no fim das contas, me deparei com meu coração machucado a noite no travesseiro.
Mas eu aprendi uma coisa e, como eu disse, você é igual a mim. E nós somos fortes, sabe? rs a gente fica acreditando que ai meu Deus, essa dor vai ser horrível, se eu enfrentar isso não vou aguentar, quando eu tiver que ver aquela pessoa, acho que vou ter um infarto, nossa eu não sei como eu lidaria, por que isso foi acontecer bem comigo, etc, etc. Mas a verdade é que a gente é sim capaz de levantar, olhar bem no fundo do olho da dor e falar: deu pra mim. Não aguento mais você e não quero mais você. e encarar, enfrentar o que for, falar o que for, com quem for e realmente resolver.

E um dos melhores antídotos para a síndrome do fugirismo haha é a sinceridade. A gente precisa ter coragem de nos olharmos no espelho, encarar a gente mesmo com toda a sinceridade, ver o que a dor fez com a gente e decidir enfrentá-la. A gente precisa olhar o outro ou a situação causadores da dor e ser sinceros com eles. Dizer: oi, você me machucou quando fez isso, isso e isso, e dar a oportunidade de a pessoa se desculpar. Precisamos ser honestos e encarar que precisamos desculpar a pessoa, se não não vai resolver nada. Precisamos dar um abraço e tocar a Elsa hahaha apenas deixar ir.

A verdade é que fugir não resolve problema nenhum, só adia a solução e, no fundo, até aumenta o problema. Pra encarar isso tudo, é preciso coragem e eu sei que isso a gente tem de sobra. Então, que tal encontrar a sua dosezinha de coragem e deixar de adiar? ;)

terça-feira, 5 de julho de 2016

Quem sou eu

Esse costuma ser um dos mais apavorantes temas de redação da história haha em parte porque é um tema tão amplo: somos tão complexos que é difícil definir em algumas palavras e em parte porque precisamos nos expor para sermos avaliados e brrrr que difícil é essa exposição.
Na caminhada da maturidade a gente passa a se conhecer um pouquinho mais a cada dia. E às vezes a gente tem que encarar o fato de que quem a gente é não é tão legal assim :/ a gente vê atitudes que não são as melhores, comportamentos que por nós seriam diferentes, características que preferíamos não ter... Mas na maturidade, a gente não foge mais disso, mas encara e procura a melhor maneira de lidar com essas coisas.
De qualquer forma, a gente é muito mais do que essas coisas. A gente é história, família, escolhas, influências, decisões, lágrimas, sorrisos... A gente é muito mais complexo do que consegue definir e do que alguém consegue enxergar.
E então vem Cristo, o fundador de um novo Reino, que pega todo o nosso potencial e leva a níveis que não conseguimos alcançar. E Ele não espera que consigamos alcançar, mas que nos entreguemos nas mãos dEle para que Ele possa nos levar. E então, nEle, somos mais, vivemos mais, sonhamos mais, temos mais, esperamos mais e podemos realmente viver tudo isso com confiança porque Aquele que é mais decidiu, por pura graça, nos ajudar a alcançar todo o potencial que temos de ser igual a Ele: bondoso, misericordioso, apaixonado, entregue e pleno. Nele e com Ele podemos ser sempre mais! 😍

quinta-feira, 23 de junho de 2016

No oceano

Quando as águas do oceano me cercam, elas me consomem. Consomem meus sonhos, meus planos, minhas expectativas, minhas opiniões, minha verdade, tudo em mim.
Abrir mão dessas coisas é o preço a pagar para poder estar nessas águas. No início, isso é assustador e o senso de auto preservação grita bem alto. Porém, ao sentir o toque das águas, a sensação de frescor, a paz de estar diante do infinito e, sozinha, sentir que ele está inteiro à minha disposição, percebo o quanto essas coisas são efêmeras e que não há valor em me prender a elas.
Encantada com a dimensão do que acontece, já não posso resistir ou voltar. E então, com mais curiosidade do que segurança, dou o primeiro passo e o próximo e o outro, até que percebo que já é o oceano quem me leva e não eu quem decido ir.
O medo, a insegurança e a curiosidade permanecem em mim, porém não são mais determinantes. São as próprias águas que me levam e me fazem querer ir mais e mais fundo.
O que ficou na beirada da areia permanece lá. De vez em quando, me lembro de alguma das coisas que deixei e, aflita, percebo que lembrar dessas coisas me puxa de volta à superfície. Mas quando me lembro que é a correnteza que me leva, como se boiasse nessas águas profundas, decido descansar e me deixar levar pra mais longe e mais fundo. 





segunda-feira, 13 de junho de 2016

Sobre o caminho

Eu sou uma pessoa ansiosa. Infelizmente rs. Sempre que constato isso fico um pouco mais ansiosa porque ainda sou ansiosa haha quem também é me entende '-'

Exemplos disso são que quando era pequena, me lembro que iria para um passeio ao zoológico com a escola e acordei no meio da madrugada desesperada dizendo pra minha mãe que estava com febre e não ia conseguir ir ao passeio. Ela me falou que eu só estava suada e devia voltar a dormir.
Já adulta, por favor, não marque um compromisso comigo que corra o risco de mudar de ideia no meio do caminho, se não vou ficar realmente muito brava com você rs

Enquanto vivemos o presente, sonhamos com o futuro - seja ele distante ou um compromisso marcado para daqui a algumas horas - e recordamos o passado - tenha acontecido há horas ou há anos. Isso é normal, todo mundo é assim, mas precisamos tomar cuidado porque a beleza da vida está no caminho.
Quando estamos extremamente sonhadores ou nostálgicos, é ainda mais difícil lidar com nossa realidade. Só que isso pode fazer com que a gente perca momentos maravilhosos que, inesperadamente, farão nosso presente ser tão bom quanto ou melhor do que esperamos que nosso futuro seja.

Eu sei que é bem mais fácil falar do que fazer, mas quero que você saiba, querido leitor, que esse texto é primeiramente pra mim. Mesmo. rs
Por várias vezes as pessoas precisam parar, olhar bem no meu olho e dizer: Dani, está tudo bem haha porque eu piro '-' rs mas ultimamente tenho aprendido que a caminhada ao lugar que eu quero chegar, à pessoa que eu quero ser, é a passo de maratona. Devagarzinho, olhando a paisagem ao redor, aprendendo com a delicadeza e sutileza da vida.

Já me disseram que tenho um olhar diferenciado do mundo e acho isso o maior barato porque na maior parte do tempo estou variando entre uma postura de "para de palhaçada, isso não tem a menor importância" para "meu Deus do céu, tá tudo muito ruim" hahaha
Mas tenho aprendido que está tudo bem ser inconstante, está tudo bem fazer algumas coisas erradas de vez em quando e está tudo bem só relaxar e não querer abraçar o mundo com as mãos e ter resultados imediatos porque eu nem aguento tudo isso, mesmo, rs e não estou preparada pra tanto.

Mas pra observar o raio de sol que entra pela janela do trem lotado enquanto passa pela minha cabeça o pensamento de que em breve não precisarei passar por isso, só preciso mesmo de uma dose de bom humor e de me lembrar pela manhã de que está tudo bem e que é de boa ser só pessoinha normal rs

A realidade pode não mudar, mas quando a gente muda nosso olhar, tudo fica mais leve. Que tal fazer isso também? :)

Saudades rock do dia haha

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Beleza

A janela emoldura Seu quadro
Por ela vejo a beleza da Sua natureza
Ela reflete Seus traços,
Expressa Sua grandeza

O Criador da Terra e mar
Que com Seus dedos recolore diariamente seu céu
Escolheu me amar
Logo a mim, tão pequena e inconstante

Embora faça todo o sentido
Quando lembro que esse Amor não tem nada a ver comigo
Mas com quem Ele é e com o que Ele fez

E ao olhar Sua natureza e refletir em Sua grandeza
A rima me foge, toda estrutura perde o sentido
Porque sou transbordada pelo Seu
A
M
O
R
Cuja compreensão 
                  Não cabe
                              Numa pessoa
                                      Tão pequena
Como eu.


sexta-feira, 13 de maio de 2016

O nosso maior problema

Quando era criança, eu achava que quando fosse adulta saberia lidar com as situações da vida porque eu seria: grande. E quem é grande não tem medo de nada, tem todas as respostas e ainda protege quem é menor.
Hoje sou adulta (ou quase rs) e descobri que talvez não tenha ficado grande. Pelo menos não como eu imaginava.

Nessa realidade completamente diferente de tudo que temos que lidar antes dos 20 e poucos anos, a gente passa a ter que encarar pressões externas e internas, contas, problemas que precisamos resolver, decisões que precisamos tomar, situações que precisamos pesar, a gente precisa pensar um pouco melhor antes de tomar algumas decisões porque agora a gente não pode mais ignorar que elas envolvem outras pessoas, e tantas outras coisas que são pesadinhas.

Mas muitas vezes a gente age como se os nossos maiores problemas fossem as coisas externas - a pressão, a forma como as pessoas agem, as coisas que acontecem, etc. Eu acho que a gente foge da realidade porque ela é um pouco assustadora e cruel, porém o nosso maior problema somos nós mesmos.

A pressão externa é fichinha perto da forma como nós nos cobramos porque a gente começa a não aceitar mais com tanta facilidade os nossos próprios erros, não é mais tão simples encarar que a nossa vida não está como sonhamos quando tínhamos dez anos. Quando as pessoas nos cobram atenção, dedicação ou simplesmente nosso tempo, a gente fica realmente mal porque nossa ausência sempre dói mais em nós mesmos. E sem saber lidar com essa pressão, corremos riscos enormes de cair no vitimismo ou na inércia e passarmos a ter uma visão errada de quem somos, fazendo com que nos esqueçamos, inclusive, de para onde vamos - ou pelo menos para onde queremos ir.

Assim, afirmo quase categoricamente que nosso maior inimigo somos nós mesmos.

No meio de tantos ruídos fica difícil pensar direito, e quando o Amor nos chama pelo nome, quase sempre não conseguimos escutar ou aceitar. Mas o encantador em Jesus é que nenhum ruído é alto de mais para Ele e nenhuma multidão é grande de mais para impedir que Ele chegue a nós, nos pegue pela mão e nos faça entender algumas coisas bagunçadas.
É quase impossível aceitar que Ele nos ame quando a gente erra tanto e tão feio, quando nem a gente consegue se amar. Só que Ele é o Amor. E esse Amor não depende de nada que a gente possa fazer. Nada muda esse Amor - se a gente andar direitinho, Ele nos ama, se a gente fizer tudo errado, Ele nos ama -, nada impede esse Amor de chegar até nós, nada faz com que esse Amor obstinado mude de ideia porque Ele não depende de nada nem de ninguém. Ele nos ama porque Ele é Amor.
Ei, é isso mesmo: Jesus te ama. Não importa o quanto você erre ou o quanto você tenha problemas consigo mesmo por saber quem você é. Ele também sabe. E Ele te ama.

Quando a ansiedade chega aqui, e ela anda com uma mania bem chata de dar as caras, eu sinto o sorriso de Jesus me chamando a experimentar mais uma vez a beleza do Seu amor. Quando as coisas ficam pesadas, Ele me diz: filhinha, me deixa te ajudar? Quando eu fico meio desesperada (e acredite, isso acontece com frequência rsrs), Ele só me lembra que nada depende de mim, que sem Ele eu posso fazer zero coisas. E quando caio em mim e vejo que realmente posso fazer zero coisas, consigo descansar e ficar tudo bem de novo porque não adianta: é só Ele, é só o Amor.
Depender do Amor é um desafio, mas não tem nada mais tranquilizador do que tirar esse peso das nossas costas e depender de quem é maior do que a gente. E por mais que a gente não o aceite, esse Amor é tão grande que em um momento ou outro Ele nos encontra - nem que seja na barriga de um peixe.


segunda-feira, 18 de abril de 2016

Abraço

- Dani, eu te amo.

EI, DANI. OW, OLHA AQUI. DANI, PÔNEIS, DANI, INTERNET, DANI, FACEBOOK, DANI, WHATSAPP, DANI, TAREFAS, DANI, BLOG, DANI, ESCREVER, DANI, DAR ATENÇÃO, DANI, TRABALHAR...

- EU TAMBÉM TE AMO!

DANI, PEGAR O TREM, DANI, NÃO SE ATRASAR, DANI, ESCOLHER, DANI, SER LEGAL, DANI, ESTAR MOTIVADA, DANI, FAZER, DANI, DESENHAR, DANI, CRIAR, DANI, FICA, DANI, VAI, DANI, AGUENTA...

- não, Dani, eu te amo.

DANI, CADÊ VOCÊ? DANI, QUERO TE VER, DANI, VIAJAR, DANI, PASSEAR, DANI, ESTUDAR, DANI, LER, DANI, SE DEDICAR, DANI, TER OPINIÃO, DANI, FALAR, DANI, LUTAR, DANI, TENTAR...

- DESCULPE, NÃO ENTENDI!

DANI, MUSEUS, DANI, CAFÉ, DANI, PRECISO DE VOCÊ, DANI, VOCÊ PARECE CANSADA, DANI, ARRUMAR, DANI, SEGURAR, DANI, PERGUNTAR, DANI, AMAR, DANI, ESTAR, DANI...

- Filha, eu te amo.

...

- Ah, desculpe. Eu... Eu... Eu não sei explicar...

- Não precisa explicar. Eu só te amo.

- Mas... Ahn...

- Só me deixa te amar.

- Pai, eu não estou conseguindo fazer o que devo nem com as outras pessoas, imagine com você? Não, é melhor eu continuar tentando e...

- Filha, eu te amo.

- Por que, Pai?

- Eu só te amo.

- Ah...

- Vem aqui, está tudo bem.

...

- Pai?

- Oi, filha.

- Me desculpe. Eu também te amo. Posso dormir aqui com você essa noite?

- Claro, filha. É só dormir. Eu te amo.

terça-feira, 29 de março de 2016

Dependência

Quando somos crianças, nós dependemos dos outros o tempo inteiro: se nossos pais ou outra pessoa que cuide de nós não nos alimentarem, morremos de fome, se não nos vestirem, passamos frio, se não nos derem banho, ficamos imundos rs e assim sucessivamente, até que começamos a aprender a fazer essas coisas sozinhos.
Então, proclamamos nosso grito de independência: eu sei tomar banho sozinho! Deixa que eu faço isso! Não quero usar essa roupa, quero usar aquela! Me deixa na esquina para meus amigos não verem que venho para a escola com minha mãe! Não quero comer agora! Me deixa sozinha! Eu sei o que estou fazendo!
Com essa atitude, pegamos todo o peso do mundo e colocamos em nossas próprias costas quase sem perceber. E obviamente, não aguentamos todo o peso do mundo - mal aguentamos o nosso próprio peso.
Então, a gente supera a fase da rebeldia e começa a perceber que a gente precisa de um amigo pra desabafar, de um colo de mãe para o coração curar, da ajuda da prima para o quarto arrumar, de um sorriso para nos inspirar, de uma voz doce para nos acalmar.
Porém, temos um pequeno bug que nos impede de reconhecer e aceitar isso tranquilamente: somos orgulhosos :(
Então, quando chega alguém que sabe mais que nós ou pode mais que nós, temos a mesma atitude imatura e dizemos: não, pode deixar que eu dou conta. E aí, a gente vai e faz tuuuuuuudo errado de novo e de novo e inúmeras vezes e volta com a cara lavada pedindo ajuda. rs sim, acontece com todos nós.

Um dia alguém me disse: "Dani, confia em mim?" e como o mundo todo estava muito pesado em minhas costas e tudo o que eu tinha feito não foi suficiente e eu já não via saída, respondi: "sim, aceito!" haha
Daquele dia em diante, gradualmente tudo foi ficando mais leve e mais leve até que, agora, eu conseguia aguentar. Mesmo quando doeu, quando fui contrariada ou quando não pude entender, foi tranquilo e deu pra encarar.

Sabe? Depender parece difícil mas não é tão difícil quanto parece.
Na verdade, a gente não sabe mesmo muita coisa. Na maior parte do tempo, a gente não sabe bem pra onde ir. E ter alguém pra nos falar "vem por aqui" deixa tudo TÃO mais simples que vale a pena até não fazer as coisas do nosso jeito de vez em quando. Experimente para ver! *-*


domingo, 20 de março de 2016

Marcas

Há quem diga que cada pessoa que passa pela nossa vida deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. Nós saímos por aí distribuindo pedaços de nós. Pedaços esses que não voltam a ser nossos. Ou seja, em cada relação, ganhamos um pouquinho do outro, mas também perdemos um pouco de nós.

Existem pessoas que ficam em nossas vidas durante muito tempo, mas suas marcas em nós são pequenas, enquanto existem outras que em pouco tempo deixam marcas profundas.
A nossa vontade é que esse segundo grupo de pessoas nunca vá embora de nossas vidas. Mas a verdade é que o mundo não para de girar, a vida não para de acontecer e muitas vezes essas pessoas precisam ir. A nossa esperança, mesmo que inconsciente sempre é a mesma: que no menor espaço de tempo possível, elas voltem.
Enquanto isso não acontece, nós nos vestimos de saudade.
Em um dia normal, no meio do expediente, de repente rola um assunto entre os colegas de trabalho que nos faz olhar diretamente para a marca que a pessoa deixou, pois em algum momento do passado, esse mesmo assunto pautou uma conversa entre nós. Em outro dia, uma de nossas bandas preferidas lança um CD novo e nós falamos para todos os amigos e eles dizem: ok, legal!, mas não adianta, eles não entendem porque foi com aquela pessoa que conversamos sobre a banda, compartilhamos músicas favoritas e a vontade de ir pra L.A. vê-los de perto e essa conversa nos marcou. Ainda outra situação: nós estamos tranquilamente em algum local e olhamos pro lado e vemos um lugar vazio. O nosso olhar imediatamente se desvia para nossas marcas e nos faz pensar a mesma coisa: ele(a) deveria estar aqui, ao meu lado.
Quando o assunto é saudade, queremos fazer qualquer coisa para supri-la, porque saudade dói. E como dói. Daí vem os sonhos, as referências aleatórias que só fazem sentido pra gente, as stalkeadas que quase sempre só fazem doer mais e as lágrimas, que cedo ou tarde, sempre marcam presença. Mas junto com tudo isso, vem uma coisa que sempre ajuda a suportar a saudade: a esperança. Ela nem sempre faz muito sentido rs, mas sempre é de extrema importância. Em momentos de cura, por exemplo, temos a esperança de que tudo vai voltar a ser como era, mas nem sempre era tão bom e é melhor pra nós que as coisas não voltem. Em outros momentos, a esperança pode ser de reencontrar uma pessoa que partiu sem deixar rastros. Em alguns outros, a esperança é de poder rever nossos amados na eternidade. E em outros, apenas que a pessoa ocupe o lugar vazio ao nosso lado porque este é dela por direito.

Sobre marcas, uma vez uma senhora que gosto muito me disse que minha atitude marcaria.
Hoje, um presente me marcou.
Ultimamente, a saudade tem deixado sua marca.
Mas com frequência, ouço a voz da esperança: fique tranquila, em breve tudo estará de volta ao seu lugar.
Volta.
Nós esperamos.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Campo de flores

Estou deitada em um campo de flores olhando o céu.
Desde sempre o céu é algo que me encanta.
Gasto todo o tempo possível admirando-o.
Seu tamanho e beleza me fazem sentir menor, mas não sei. Tem alguma coisa nele que me faz acreditar que ele é um pouco feito pra mim. Então, observo-o por horas com o maior prazer.

Nesse cenário ideal, o certo seria que eu estivesse em paz, radiante.
E eu estou assim. Pelo menos fico assim. Mas não o tempo todo.
É porque mesmo diante desse céu enorme que parece um pouco meu, ainda sou eu.

Ouvi prévias do que acontecerá nos próximos dias e olho para o futuro e me empolgo toda.
Decidi que vale a pena passar pelo que for no presente, desde que possa viver essas coisas com as quais tanto sonho.
Contudo, saber para onde estou indo torna as coisas mais leves, mas não mais fáceis. Por isso não é tão fácil só deitar e assistir ao show.
Entendo muito bem as coisas pelas quais estou passando. Não tenho respostas para cada coisa, mas tenho ganhado algumas explicações - gerais, mas ainda assim, são explicações rs.
Mas ainda assim dói aqui.

Gosto muito de pensar que vou, sim, chegar lá. Mas que vou chegar lá sendo pessoinha. E está tudo bem.
Como pessoinha, sinto dor, medo, me sinto vulnerável, com frio, insegura.
Acerto aqui mas erro ali, aguento aqui mas estouro ali, tenho sucesso aqui e fracasso ali, porque afinal, é isso que eu sou: só mais uma pessoinha.
Mas sou uma pessoinha que não depende de suas próprias mãos e que pode descansar porque quando tudo aqui pesa, tem onde colocar seu fardo.
E leve fica :)


terça-feira, 1 de março de 2016

Além da dor

Os dias são difíceis, a dor é grande e não dá para simplesmente ser ignorada.
Como todo e qualquer ser humano normal, não gosto e não quero sentir dor. Por isso esse mal estar, mesmo que me lembre que isso faz parte de minha missão.
A dor é uma coisa complicada: ela nos torna egoístas. Prova disso é que muitas vezes não sabemos lidar com a dor que sentimos ao ver alguém que amamos sentindo dor rsrs. Contraditório, porém excessivamente humano e nada surpreendente.
Porém, em meio à escuridão do egoísmo, lampejos de luz mostram um caminho. Então, após alguns passos desconfiados, a luz aumenta e aponta para algo muito maior do que a dor: um propósito futuro do qual ela faz parte.
Ao enxergar as coisas mais claramente, a dor diminui. Na verdade, ela se torna até aceitável e quase bem vinda, porque é só parte do processo - e uma parte importante, fazer o quê?
Mas já não importa, porque agora só se quer ver o sonho realizado, o propósito cumprido. Assim, vale a pena sentir dor, vale a pena sofrer, vale a pena sangrar.
A dor pode nos fazer melhores ou piores. O que determina isso é nosso ponto de vista. Quando estamos olhando a dor de perto, é difícil enxergar o que está além dela. Mas acredite, vale a pena dar uns passos para trás.


Mesmo caminhando em dor, sou mais que vencedor ♫

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Simples

Papai,
que delícia é ter você o tempo todo.
É muito mais leve ter sua mão para segurar, sua voz para me acalmar, seus pés para me mostrar o caminho.

Eu sou uma garotinha bagunceira. E nós sabemos muito bem disso.
Quantas vezes você me fala alguma coisa e eu sou teimosa ou estou tão encantada com outra coisa que quase me esqueço que estou com você?
Quando me dou conta do que estou fazendo, imagino como é difícil lidar comigo e volto pra você, certa de que está bravo e vai brigar comigo, mas você me abre os braços e dá aquele abração de pai e me ensina tudo de novo, na maior paciência, de uma forma que até me emociona.

Você sabe que apesar de bagunceira, sou medrosa :D
E sabe que tenho medo do escuro. Me sinto vulnerável quando não enxergo, não entendo, não sei. E isso me deixa insegura e um pouco (?) desesperada rsrs
Mas daí você vem silenciosamente, segura na minha mão e todo o medo magicamente vai embora.

Como menina-quase-grande, às vezes tenho que fazer umas coisas de adulto.
Algumas delas são uma chatice, mas com outras me divirto.
Eu não sei lidar muito bem com elas rsrs jeitosa como sou, vivo derrubando tudo, fazendo uma bagunça enorme, quebrando coisas ou só fazendo tudo errado mesmo, como de costume rsrs
E quando as coisas ficam assim, pesadas, você vem e diz: deixa que eu cuido disso! Pega todas as coisas, coloca no lugar e me toma nos seus braços.

Quando sinto dor, seja no joelho ou no coração, é outra experiência encantadora porque você me ensina por meio dela enquanto trata o machucado.

Sabe? Eu amo a forma como você simplifica as coisas e como estar juntinho de você aqui de cima torna as coisas mais leves.
Ter você pra me abraçar tira de mim o peso de ter que fazer tudo certo o tempo todo. Nesse ambiente seguro que você me proporciona, está tudo bem ser só Dani.
Mesmo que não seja tão fácil, daqui é simples, daqui é possível.
É tão melhor contar com alguém tão maior que eu *-*
Obrigada por fazer as coisas como faz.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Diário de batalha

Em uma guerra, a primeira e maior batalha de um soldado é interna. Primeiro contra suas próprias limitações, em seguida contra as vozes.

Dizem que em uma guerra, os soldados tem que ser racionais, que quem sente é fraco.
Dizem que nas batalhas é cada um por si e o que importa é a auto preservação.
Dizem também que quem enfrenta batalhas pessoais durante a guerra não devia estar nela.

Mas aqui é tudo diferente. Não importa o que as pessoas dizem, a realidade é assustadoramente maior e mais complexa.

Aqui, quando se está sangrando, é sangrando, mesmo, que se vai pro campo de batalha, é sentindo dor, é com toda a dificuldade de ser uma pessoa lutando por si e por outras, é sendo engolido pelo medo quando vê ao seu lado cair um companheiro alvejado pelo inimigo e correr para ajudá-lo com a terrível consciência de que suas mãos cansadas não podem fazer muita coisa, é tendo que lidar todos os dias com as próprias dificuldades, dores e limitações, é não poder descansar porque mesmo quando se está dormindo, tem que permanecer atento ao que acontece ao redor, é ficar ligado para que não haja nenhum descuido, é sentir o desespero e a desolação tão próximos que pode sentir sua respiração e tentar permanecer firme, é superar a saudade, a tristeza, suas próprias dores, é ver a vida e a guerra tentando te devorar e aos seus companheiros, mas aguentar firme, não por força, mas porque não resta muita escolha.

A maior batalha realmente acontece dentro.
Se você está na guerra, mas ela não entrou em você, você ainda tem alguma chance de sair vencedor. Um soldado experiente sabe muito bem disso. Todo o terror, todo o horror estão ali, bem diante dos olhos e é impossível passar inerte a eles, mas o bom soldado sabe que o que define a sobrevivência é o quanto se pode aguentar sem desistir de lutar.


Mas no meio da guerra, o soldado mais forte não é o que não sente, mas o que sabe que por suas próprias forças não consegue vencer uma batalha sequer, e por isso tira toda a armadura, reconhece sua limitação e entende e aceita que é sim só com uma pedrinha que se vence o gigante.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Mãe, senta aqui um minutinho




Oi mãe, senta aqui rapidinho. Eu me sinto uma adolescente tendo que te falar isso, mas olha, eu meio que cresci, sabe? Rsrs

Então, eu meio que trabalho de verdade, mãe. E eu não posso sair às 14h porque estou com saudade ou entrar mais tarde pra cuidar do meu sobrinho nem sair mais cedo porque você ganhou um carro. É triste, eu sei, mas meio que é isso. Ah, e não, você não pode ir lá conversar com as pessoas quando não estou me sentindo feliz - não é que nem quando eu estava na escola, também fico chateada.

Eu meio que não tenho mais tanto tempo também. E também me sinto muito triste com isso. Queria ter energia pra manter meu quarto organizado, pra lavar a louça do café da manhã e fazer um jantar especial pra mostrar que te amo, mas minha rotina acaba comigo haha eu gosto muito dela, mas cê sabe né? É difícil ter energia fazendo tanta coisa

Eu também não sei lidar com isso de ser adulta, não sei lidar com as responsabilidades e as dificuldades e as decisões que tenho que tomar sozinha. 

Também não sei como te enxergar direito. Não sei se você entende, mas quando eu era mais nova, você não ficava doente, sabe? Nem era frágil ou tinha mau humor - só quando eu fazia bagunça haha mas hoje você precisa de mim pra cuidar de você, e eu não sei muito bem o que fazer, por isso faço tudo errado de vez em quando, mas estou tentando. E mesmo fazendo tudo errado, é com amor.

Mas sabe, mãe? Tem uma coisa que nunca vai mudar. Eu ainda estou meio que aprendendo essa coisa de ser adulta, mas sei que assim como eu precisava como era criança, quando eu tiver sua idade vou continuar precisando do colinho de mãe que só você pode me dar, dos conselhos que só você sabe, dos abraços que só você dá e da melhor comida do mundo. E sei que, esteja onde estiver, com a idade que eu estiver, isso é o q sempre me fará sentir que está tudo bem.

Quero ser para as suas netas, mãe, uma mãe tão boa quanto você é pra mim. Talvez um pouco menos brava - ou não hahaha ou um pouco menos ciumenta - ou talvez também não haha ou um pouco menos controladora, mas tão ótima, sábia e mãe como você é pra mim! 💕