sábado, 21 de julho de 2018

Insegurança

Mas gente, um texto sobre impaciência e outro sobre insegurança em seguida, é isso mesmo?
Vão achar que eu sou louca, mas tudo bem porque todo mundo é um pouco, ou só vão achar que sou uma jovem adulta, mesmo. O que tá tudo bem também porque já tá todo mundo acostumado.


Eu acho incrível como em qualquer oportunidade ela aparece.
Mesmo se achando linda, mesmo de cabelo lavado, banho tomado e maquiagem passada, mesmo tendo um emprego ótimo que tem uns B.O.s só de vez em quando, mesmo tendo encontrado a missão de vida, mesmo sabendo que tudo tem um propósito e qual é o seu, mesmo com olhos verdes, azuis, castanhos, mel ou pretos, mesmo com o cabelo em dia com o cabeleireiro, mesmo sem pontas duplas, mesmo de salto alto, mesmo vestindo o moletom do Mickey, mesmo com a melhor aparência do mundo, mesmo tendo uma performance impecável, mesmo que não dependa de você, mesmo que você claramente tenha mais qualificações, mesmo que tudo esteja perfeitamente bem, ela aparece.

Sempre com aquela conversa: será que está tão bom mesmo? Será que você consegue? Será que dá tempo? Será que esse é um bom projeto? Serão que você consegue executar? Será que você não tá um pouco enferrujada? Será que você não fez nada de errado mesmo? Será que vai dar certo? Será que você é capaz? E se não der, o que você vai fazer?

Quando você consegue ser um pouco racional, vê que um total de zero desses questionamentos fazem sentido. Mas é só você se distrair um pouco que ela volta.
E voltava quando você era adolescente e vai continuar voltando quando você for mãe, ou avó, ou quando estiver no mestrado, ou quando já for doutora.
Ela tá lá só pra lembrar que você é só uma pessoa, mas meu Deus, como é difícil ser só uma pessoa! Nós queremos ser mais: saber se é A ou B, se vamos casar com o crush ou ganhar aquela bolsa de mestrado, se vai dar certo aqui ou se vamos ter que ir pra Curitiba, inclusive, seria ótimo ir pra Curitiba, mas será que eu conseguiria viver tão longe dos meus pais?

No fim das contas, o que importa é saber lidar, colocar ela bem no lugar dela e não deixá-la te parar.
Eu também não sei como faz isso, mas acho que vale tentar pensar no quão privilegiados somos de ter tudo que temos e desapegar do que não está no nosso controle. Partiu? :)

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Dona impaciência

Uma menina muito bonitinha brincava em meio a um parquinho.
Quando ela olhou para o balanço, o seu preferido, veio um menino bem dos maldosos - pelo menos foi essa a impressão que ela ficou dele - e se sentou antes dela.
Ela começou a chorar, achando que era tristeza.
Mas a verdade é que ela já estava ali. A menina é que não sabia.

Mais tarde, entrando na adolescência, um menino fez uma piada horrível.
Socorro, alguém precisa avisar que eles não estão fazendo sucesso, ela pensou.
Mas riu porque era o que as outras meninas também faziam.
A garota não percebeu, mas ela já estava ali.

Nos vinte e poucos, elas começaram.
As reviradas de olhos chegara, e ela suspeitou que havia  alguém ali.

Mas foi nos vinte e cinco que não deu mais para negar.
A cada dez reações, onze eram reviradas de olhos.
As pessoas começaram a falar, ela começou a se culpar, as amizades começaram a se afastar.

Em um dos muitos dias, conheceu outra moça com 25.
Em cinco minutos de conversa, ela reconheceu.
Deu risada, não poderia ser.
Mas teve certeza de que a intrusa estava ali, e também estava na outra.

Então se acalmou.
Identificou que o problema começa bem antes, mas piora aos 25.
Não foi só com ela. A colega era de outro Estado da Federação.
Ainda assim, a bendita impaciência se mostrou, deixando claro que não faz diferença se é do Sul ou mais de cima, se é loira ou morena, se gosta de rock ou de pagode.

No olhar, é fácil enxergar.
Seu pai nem disfarça mais: "Lá vai a Dona Impaciência".
A amiga já se antecipa: "Eu estou até vendo seu olho revirando ao ler essa mensagem".
Outra já briga: "Não revira esse olho para mim".

Ela ainda dificulta muitas coisas.
Às vezes a garota recém adulta se sente culpada com a falta de paciência que lhe escorre pelos lábios, foge pelos olhos e grita nas expressões.
Porém, não há muito o que fazer.
Uma hora vai passar, outra hora vai melhorar.
A banda cantou sobre essa impaciência: "Tan, tan, tan, batem na porta Não precisa ver quem é Pra sentir a impaciência Do teu pulso de mulher".
Ela deve ser bonita, ou por enquanto, só uma característica meio minha, mesmo.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Hoje

Hoje eu não quero salvar o mundo.
Hoje eu não quero discutir política, não quero nem saber que foi golpe.
Hoje eu não quero ter um monte de compromissos, fazer tudo na correria nem ir a lugar nenhum só pra bater cartão.
Não quero atravessar a cidade, enfrentar transporte ou bloqueio criativo.

Hoje eu não quero ter que me concentrar ou mesmo que trocar de roupa.
Hoje eu não quero ter que ser relevante ou ter que decidir qualquer coisa.
Não quero fingir que está tudo bem, que uma parte da minha história não acabou de vez ou que é mesmo só o filho da amiga da minha mãe.

Hoje eu quero deitar na minha cama, assistir Netflix ou mesmo lavar roupa.
Hoje quero sentir a minha dor, encarar o meu luto, velar minha juventude.
Quero provocar o mundo contando o que aconteceu, como estou me sentindo.
Quero lembrar a história, encarar os fatos, enfrentar que o que poderia ter acontecido não aconteceu e não vai mais acontecer mesmo.

Hoje eu quero definir o clima, sair logo do almoço, mas conversar até tarde com quem me sinto bem.
Quero cuidar, perguntar se está tudo bem, se comeu e como continua vivendo agora.
Quero parar, me rebelar contra o relógio, dizer que não adianta ele continuar correndo porque eu não sou um robô. Eu vou parar para sentir a minha dor.
Hoje vou assumir que não entendo, mas mesmo assim aceito e que é só isso mesmo que eu sou.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Sobre nossas decisões diante das dificuldades

Todo criativo, por mais criativo que seja, tem suas marcas registradas em sua obra.
Se é possível que na obra dO Criativo, o Senhor Deus, seja encontrado um padrão, eu acredito que este sejam as cicatrizes, as marcas, o sofrimento presente na vida de todos aqueles que se colocam em posição de viver com e para este Deus.

Quando ouço as histórias, sempre reconheço esta marca. As razões podem ser diversas, porém acontece algo que traz o sofrimento e nos ensina sobre confiança Naquele que escreve nossa história.
E aí, das duas uma: ou a pessoa não aguenta ou ela se joga na vontade que lhe parece inevitável, mas lhe é irresistível. E é deste segundo time que saem as melhores histórias, as maiores verdades, a transformação real de uma vida com Deus.

Diante dessas, com as quais não sabemos lidar, por diversas vezes o Criador nos dá ferramentas simples, que jamais imaginamos, mas que super conseguem nos ajudar a enfrentar esses momentos. A música abaixo se chama Even Now, do United Pursuit, e ela foi muito marcante diante de todas as dificuldades que eu enfrentei nos últimos meses, pois assim como na letra dessa música, minha decisão foi permanecer em obediência diante do Senhor. Ouve comigo:



Esses dias eu estava conversando com minha amiga Paula e ela estava dizendo que pra ela, é como se esses momentos de dificuldade e crises intensas estivessem formando músculos para que ela pudesse viver o que Jesus tem preparado para ela. Para mim, essa analogia faz todo o sentido.
E com esse pano de fundo, me faz mais sentido ainda pensar na letra da música: "mesmo quando eu não consigo entender o que está acontecendo... todos nós temos escolhas para fazer, e essa é a minha: mesmo agora, aqui está o meu coração, Senhor. Estou apaixonado!"

O ponto é que a história depois das dores sempre vale a pena. Sempre é mais bonita do que poderíamos imaginar. Sempre formam pessoas que nos são exemplos. Sempre notamos que realmente só o Pai poderia fazer uma obra como aquela.

As dificuldades são a escola de Deus, como já foi dito diversas vezes antes. E se elas vem para nos levar para mais perto Dele, para sermos mais parecidos com Cristo, então cada uma delas vale a pena.
Se essa é a sua situação, que mesmo agora, mesmo como você está, mesmo machucado, cansado ou como você se sinta, você consiga entregar o seu coração como sacrifício vivo ao Senhor, pois "o Seu amor é Mais doce que o mel, mais forte que a morte, leva nossos fardos e nos ensina a dançar" ❤

Vá mais a fundo. Permaneça firme. Aprenda força, perseverança, resiliência, fé. Confie que o fim será muito melhor do que o que você consegue imaginar agora. Pois o Autor da obra é fiel para conclui-la. Não se esqueça: Ele nunca falhou. Não é agora que Ele vai mudar.