Abrir mão dessas coisas é o preço a pagar para poder estar nessas águas. No início, isso é assustador e o senso de auto preservação grita bem alto. Porém, ao sentir o toque das águas, a sensação de frescor, a paz de estar diante do infinito e, sozinha, sentir que ele está inteiro à minha disposição, percebo o quanto essas coisas são efêmeras e que não há valor em me prender a elas.
Encantada com a dimensão do que acontece, já não posso resistir ou voltar. E então, com mais curiosidade do que segurança, dou o primeiro passo e o próximo e o outro, até que percebo que já é o oceano quem me leva e não eu quem decido ir.
O medo, a insegurança e a curiosidade permanecem em mim, porém não são mais determinantes. São as próprias águas que me levam e me fazem querer ir mais e mais fundo.
O que ficou na beirada da areia permanece lá. De vez em quando, me lembro de alguma das coisas que deixei e, aflita, percebo que lembrar dessas coisas me puxa de volta à superfície. Mas quando me lembro que é a correnteza que me leva, como se boiasse nessas águas profundas, decido descansar e me deixar levar pra mais longe e mais fundo.
Nada mais é o amor que o encontro das águas. ♥ Lindo!
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