sábado, 19 de novembro de 2016

O trem no sábado de manhã

Não sei se você já pegou um trem na sua vida.
Se você mora quase perto do Tatuapé, como eu, já deve ter encarado os trens das linhas 11 e 12, além da maravilhosa e amada linha 3, vermelha, que dá problema todo santo dia na hora de ir trabalhar.
Todo dia de manhã, ah, o trem é aquele silêncio. E quando não é, ah, que mau humor. Fiquem todos quietos, por favor, porque tenho o direito de chegar no meu trabalho em silêncio contemplativo.
Pra você ter noção, não passa nem vendedor.
Mas no sábado de manhã... No sábado de manhã as coisas são bem diferentes.
O safirão parece uma família! Todo mundo conversando: alguns com amigos, outros com recém conhecidos.
Tem criança chorando, mulher costurando, criança contemplando, um ou outro mexendo no celular, outro ainda a pensar.
Acho que ninguém nesse vagão pensa em encontrar poesia em uma viagem tão rotineira.
Mas é isso o que acontece com a menina, encostada na porta no começo do vagão com um livro na mão, que se sente agraciada quando pela poesia cotidiana é encontrada.

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