segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Real

Diante de um Amor real,
profundo como eu jamais conseguiria imaginar
que se aproxima de mim,
que sabendo que jamais mereceria,
ainda me ama, me quer e me aceita

Diante de um Amor disponível,
acessível não apenas a mim,
mas disposto a salvar toda a humanidade
com apenas um sacrifício,
o Maior dos sacrifícios

Diante de um Amor manifesto
na criação, na beleza, no amor
a qualquer um que esteja disposto
ou apenas precisando
ou que esteja desesperadamente procurando

Um Amor que se anuncia
em nossa formação, em nossa genética
que está dentro de cada um
e que enquanto não o encontramos
temos que lidar com aquele vazio que é universal

Diante deste Amor,
como não se render?
Como não anunciar?
Como não abrir mão do meu orgulho?
Como não querer ser mais do que sou?
Como não querer ser alguém melhor?
Como não amar como Ele me amou?
Como não abrir mão do meu conforto?
Como achar que o nível raso é suficiente?
Como não lhe obedecer?
Como meu coração não queimaria pelo que o Dele queima?
Como priorizar as minhas coisas, as minhas vontades, os meus sonhos?
Como achar que qualquer coisa é importante diante da Beleza, diante da Grandeza, diante da certeza de Sua realidade, ou quando mesmo diante das dúvidas, Você me mostra que é real, que não deixa de me amar e ainda me acalma?
Como guardar para mim aquilo que me foi revelado quando eu não era ninguém, quando eu não merecia, quando eu estava tão perdida em mim mesma que precisava de um Salvador externo para me tornar melhor do que eu tenho sido?
Continuo não sendo ninguém e não merecendo, mas hoje vivo a Graça, que de graça recebi e por ela vivo por aí.
Anunciar é a consequência de viver.

Então, me faz alguém real, pois Teu amor é real ♥ ♫

domingo, 17 de setembro de 2017

Intense

A intensidade é uma característica que tenho. Sempre gostei dela com a mesma intensidade que a odiei.
Em uma virada de ano, desejei que aquele fosse um ano intenso. No final desse ano, aprendi a lição: é melhor tomar cuidado com o que peço.
Essa intensidade aumenta tudo. Se gosto, se não gosto, se estou triste, se estou alegre, se estou próxima, se estou distante, se estou tranquila, se estou cansada, pode ter certeza de que sempre é muito.
Por isso não entendo quem escolhe um estilo de vida pacato ou raso.
Entrar em um projeto ou relacionamento só me faz sentido se for para entrar de cabeça, me jogar, me envolver, cuidar, opinar.
Claro que já fiz isso muito errado. Hoje tenho aprendido que intensidade não é sinônimo de dominação, que ninguém tem obrigação de nada comigo e que muitas vezes é sozinha mesmo que eu tenho que me virar.
E aprender essas coisas me trouxe a uma nova fase. Prefiro o equilíbrio, que pra mim é ainda mais difícil de encontrar. Prefiro a leveza e aprender a lidar com minhas próprias carências e limitações. Mas ainda assim, prefiro ir ao fundo. Sofrer o que tenho que sofrer por conta do envolvimento, aprender o que tenho que aprender, crescer o que tenho que crescer. 
Eu só não consigo achar que relacionamentos e projetos rasos são o suficiente.
Por que manter a distância? Por que se importar só quando isso me beneficia? Por que não chorar com quem está triste e sorrir com quem está alegre? Por que agir como se não tivesse nada a ver comigo? Por que não se envolver intensamente, mesmo que para isso seja necessário e super saudável estabelecer limites?

Diante da liquidez, minha intensidade tende a dizer: é melhor ficarmos só nós, miga. Eu concordo, mas entendo que é necessário ir além do meu conforto pra que as coisas possam ficar um pouco mais sólidas. Sei que mesmo meu esforço todo muitas vezes não é suficiente, e que nem sempre tenho razão, mas sempre vale tentar.