domingo, 20 de março de 2016

Marcas

Há quem diga que cada pessoa que passa pela nossa vida deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. Nós saímos por aí distribuindo pedaços de nós. Pedaços esses que não voltam a ser nossos. Ou seja, em cada relação, ganhamos um pouquinho do outro, mas também perdemos um pouco de nós.

Existem pessoas que ficam em nossas vidas durante muito tempo, mas suas marcas em nós são pequenas, enquanto existem outras que em pouco tempo deixam marcas profundas.
A nossa vontade é que esse segundo grupo de pessoas nunca vá embora de nossas vidas. Mas a verdade é que o mundo não para de girar, a vida não para de acontecer e muitas vezes essas pessoas precisam ir. A nossa esperança, mesmo que inconsciente sempre é a mesma: que no menor espaço de tempo possível, elas voltem.
Enquanto isso não acontece, nós nos vestimos de saudade.
Em um dia normal, no meio do expediente, de repente rola um assunto entre os colegas de trabalho que nos faz olhar diretamente para a marca que a pessoa deixou, pois em algum momento do passado, esse mesmo assunto pautou uma conversa entre nós. Em outro dia, uma de nossas bandas preferidas lança um CD novo e nós falamos para todos os amigos e eles dizem: ok, legal!, mas não adianta, eles não entendem porque foi com aquela pessoa que conversamos sobre a banda, compartilhamos músicas favoritas e a vontade de ir pra L.A. vê-los de perto e essa conversa nos marcou. Ainda outra situação: nós estamos tranquilamente em algum local e olhamos pro lado e vemos um lugar vazio. O nosso olhar imediatamente se desvia para nossas marcas e nos faz pensar a mesma coisa: ele(a) deveria estar aqui, ao meu lado.
Quando o assunto é saudade, queremos fazer qualquer coisa para supri-la, porque saudade dói. E como dói. Daí vem os sonhos, as referências aleatórias que só fazem sentido pra gente, as stalkeadas que quase sempre só fazem doer mais e as lágrimas, que cedo ou tarde, sempre marcam presença. Mas junto com tudo isso, vem uma coisa que sempre ajuda a suportar a saudade: a esperança. Ela nem sempre faz muito sentido rs, mas sempre é de extrema importância. Em momentos de cura, por exemplo, temos a esperança de que tudo vai voltar a ser como era, mas nem sempre era tão bom e é melhor pra nós que as coisas não voltem. Em outros momentos, a esperança pode ser de reencontrar uma pessoa que partiu sem deixar rastros. Em alguns outros, a esperança é de poder rever nossos amados na eternidade. E em outros, apenas que a pessoa ocupe o lugar vazio ao nosso lado porque este é dela por direito.

Sobre marcas, uma vez uma senhora que gosto muito me disse que minha atitude marcaria.
Hoje, um presente me marcou.
Ultimamente, a saudade tem deixado sua marca.
Mas com frequência, ouço a voz da esperança: fique tranquila, em breve tudo estará de volta ao seu lugar.
Volta.
Nós esperamos.

2 comentários:

Oi, vai ser um prazer ler sua mensagem! Obrigada pelo tempo e pelo carinho. Espero que tenha gostado do blog e do texto :)