quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O país do futebol

O Brasil é chamado de "o país do futebol" devido ao sucesso que o esporte faz em nosso país desde sua chegada (apesar de ter atraído uns haters que eram contra a europeização do esporte nacional haha) e à importância que o brasileiro dá ao esporte.
Mas eu tenho a impressão de que a gente está levando a sério de mais essa nossa tarja.

Temos a máxima de que "futebol e religião não se discute", mas, na prática, a gente discute sim. Principalmente sobre futebol. E discute acaloradamente, com paixão, sempre convictos de que o meu time é melhor do que o do outro.

Mas as pessoas levam esse comportamento do futebol para discussões sobre outras áreas da vida em que é terrivelmente prejudicial agir dessa forma, como quando o assunto é política ou direitos humanos, por exemplo. Essas são áreas delicadas, em que o que está em jogo é o bem coletivo e que as discussões e decisões podem interferir diretamente na vida de milhares de pessoas, principalmente as menos favorecidas.

Porém, quando esses são os assuntos em pauta, as pessoas agem como nas discussões sobre futebol: não sabem conversar, sabem apenas brigar e ser donos da razão, mesmo quando não têm a menor experiência em relação ao assunto tratado.

Isso me deixa realmente assustada porque vejo a enorme dificuldade que as pessoas têm em conversar. E isso é pior ainda quando estamos na internet. As pessoas agem como se do outro lado da tela estivesse um robô e não uma pessoa.

Eu tenho opiniões bastante definidas sobre alguns assuntos polêmicos e gosto bastante de dialogar, conversar sobre eles, expor meu ponto de vista e ouvir o do outro para que possamos realmente trocar experiências e, se o outro estiver errado, eu poder fazê-lo enxergar com minha experiência e ponto de vista e vice-versa, também, porque me preservo do direito de estar sempre certa. Mas em várias ocasiões em que tentei puxar esse diálogo publicando em meu Facebook ou algo assim, pude notar essa dificuldade das pessoas em: conversar, desenvolver argumentos coerentes, com base em experiências. Geralmente, o que aconteceu foram discussões e argumentações intermináveis com base em notícias que nem sempre são de fontes confiáveis ou sem notar que pode haver um outro lado.

Enquanto jornalista, percebo a falha da minha classe. Enquanto comunicadora, fico preocupada com nossa própria dificuldade em observar a situação de uma forma mais ampla. Enquanto pessoa, fico apavorada com essa onda de ódio, com essa falta de capacidade de enxergar o outro como pessoa também.

Nós somos todos parte de um todo. E o que é coletivo interfere muito mais na vida das pessoas do que conseguimos imaginar. Não há problema algum em ter opinião. Mas há problema em não saber conversar e enxergar o outro como igual, como alguém que também tem opinião e pode estar certo, por que não? Que tal deixar de lado a obrigação de ter sempre razão e aproveita pra aprender coisas que jamais imaginou? ;)

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